domingo, 31 de março de 2013

A vida é tão frágil!


Algumas coisas me encantam nesse mundo da fotografia, dentre elas retratos de idosos e toda a história que tem por detrás delas. Sempre que vou à Esperantina reflito a respeito da fragilidade humana e é sobre isso que vou tentar falar...
Na verdade queria contar um pouco da história domeu avô paterno, ainda começamos a escrever algumas coisas, mas muitas outras ficaram pendentes, então vou descrever também um pouco das lembranças que tenho do meu avô no meu tempo de criança.

Sempre passei minhas férias em Esperantina, mas pouco convivi com a família do meu pai nessa época, aliás acho que esse é um dos meus arrependimentos... queria ter sentado um pouquinho pra conversar com minha vó, tomar um café feito no fogão à lenha e sentir toda a simplicidade que rondava aquele lugar. Enfim, não o fiz. 
Sempre fui mais apegada à família de minha mãe e pouco ficava na casa dos meus avós paternos.
A  lembrança que tenho do meu avô,  desse tempo de pirralha, é de um homem doce. Sempre vi docilidade ali. Meu  avó é pai de 10 filhos com minha avó Binga, e era alfaiate. 
Adorava jogar um dominozinho ou baralho com os amigos e essa lembrança é bem viva na minha cabeça, acho que são as únicas que tenho dele quando não estava preso na sua cabecinha já esquecida de tudo e de todos.
Se chegasse na casa dos meus avós paternos pela manhã, lá estava ele no quartinho da frente costurando e minha vó na cozinha rodeada de gatos.
Se chegasse a tardinha, lá estava ele com os amigos jogando dominó, essa lembrança é muito viva na minha mente e quando vejo hoje meu avô sem lembrar nem dos filhos meu coração fica partido, e me convenço de quanta fragilidade há na nossa vida! Como as coisas podem mudar e nos tornar pessoas sem lembranças, sem memoria, entregues à paciência, bondade e cuidado de quem um dia cuidamos.
Hoje quem faz tudo pelo meu avô é minha prima Carol. E uma frase que sempre me vêm à cabeça quando lá estou é uma que já li em algum lugar onde não me recordo: ‘Um pai cuida de 10 filhos, mas 10 filhos não cuidam de um pai...’












































quinta-feira, 7 de março de 2013

Lente Eficiente: O amor não tem preconceitos!

Depois de mais de um ano guardadinho nos meus sonhos, enfim saiu o segundo ensaio para o Projeto Lente Eficiente.
 Lembro bem o dia em que conheci a Naiane, foi em um show da Banda Rosa de Saron. Eu não queria ir, mas acabei sendo convencida por minha amiga. Fazia pouco tempo que tinha fotografado o primeiro ensaio do Projeto. 
Então, ela estava lá toda linda de salto alto e me chamou muita atenção. Fiquei super na dúvida se deveria ou não pedir para fotografá-la, pois tinha receio de me expressar mal e não saber como aborda-la. 
Enfim, no finalzinho do show fui até ela e expliquei sobre o projeto, entreguei o único cartão que tinha no bolso (nunca saio de casa levando cartão, e nesse dia levei apenar esse) e pedi para ela olhar sobre o Projeto aqui no Blog, e caso tivesse interesse entrasse em contato comigo. 
Deu tudo mais que certo! E hoje eu venho com toda felicidade do meu coração mostrar pra vocês que o amor não tem preconceitos!
A Naiane é diagnosticada com 'Atrofia Muscular'. Ela é super independente, estudante de psicologia,
 namorada do Rafael (tenho que citar ele, e mandar meu muito obrigada!) e sua 'limitação' não a limita!
Compartilho aqui com vocês o que a Naiane me contou sobre ela:


'Putz... Raissa Moraes você me coloca em cada uma... O que escrever sobre a minha pessoa? Eis a questão. Digamos que desde cedo eu dei muito trabalho, sempre fui traquina e independente (até demais pro gosto do povo).


A cadeira de rodas nunca foi uma barreira pra mim, ao contrario, acho que ela me fez ser quem sou hoje. Não vou ser hipócrita falando que vida de cadeirante é fácil, você encontra muitas dificuldades pelo caminho, mas todos nós seres humanos encontramos e digamos que a cadeira até me ajuda às vezes, ela me torna uma pessoa melhor, uma pessoa mais aberta pra vida, uma pessoa que quer se superar a cada dia. Às vezes é logico que bate aquela tristeza, afinal ninguém é de ferro e eu tinha marcha, então sei qual é a sensação de caminhar.


Perdi a marcha com 1 ano e 8 meses de vida e depois disso ainda caminhei por mais alguns anos com o auxilio de uma tala, mas chegar à cadeira de rodas era inevitável.  Acho que todas essas etapas me ajudaram a não me tornar uma pessoa amargurada e logico o amor e apoio da família que sempre está ao meu lado, me dando força e amor. Parando de enrolar vamos la para o que a senhora Raissa me pediu.



Meu nome é Naiane, tenho exatos 23 aninhos, curso psicologia na facime e meu status de relacionamento é... QUE SEJA ETERNO ENQUANTO DURE E QUE DURE PRA SEMPRE com Rafael Elias!    



Sou antiga mesmo, acho que nasci no século errado, não acredito em príncipe encantado mas acredito que Deus te manda alguém que vá ser teu companheiro, alguém que você vai poder contar e vice-versa, acredito que sexo precisa de amor e que amor precisa de confiança, carinho e cuidado... e que pra você ter isso primeiro precisa se amar, se respeitar e aprender que não é dono do outro.'
(Naiane Martins)

Agora vamos ao que interessa! Espero que tudo agrade a vocês e que a Naiane através de suas palavras nos mostre uma nova maneira de ver a vida. Minha flor MUITO OBRIGADA! Sem sua confiança em mim nada disso teria acontecido.
Apaixone-se!























































































































































































































Naiane por Nayara Fernandes


'Naiane Martins, estudante de psicologia – entre uma estripulia e outra tropeçou em sua (d)Eficiência. Cadeirante competente.
Desde o início se anunciou inimiga de seu próprio limite. Tornando-se um desafio a ser vencido dentro do próprio desafio. Ainda em seu primeiro ano de vida, perdera sua marcha. Sendo auxiliada por talas ortopedicas. Sempre forte Naiane nunca chorou pitanga em pé de amora. Vestiu a armadura, encarou de frente a luta e vencera com glória cada uma.
A menina adora semear sorriso, brotando alegria. Contudo, a mulher não dispensa plantar amor. Amor-grão; amor-dimensão; amor-duração. Amor enquanto dure o sentir-se amada. Sem cárcere, mas com inteira cumplicidade.
Apaixonada pela vida, enamora Rafael Elias – que seja eterno enquanto dure e que dure para sempre, afirma. Aos 23 anos não acredita em príncipe encantado. Imaginando ter nascido no século errado, Naiane diz que somos metades separadas na qual Deus une a banda que nos cabe.
Um nó de nós sem apertos, mas que se (a)prendem – completando-se como o todo em inteireza. – Acredito que sexo precisa de amor e que amor precisa de confiança. Guerreira a cadeira nunca foi barreira, mas um instrumento de transformar para ser mais humana. É consciente que dificuldade é herança da vida – algo comum entre todos. No jardim da existência Naiane é uma flor regada com amor. Cultivada pela família com o mais afeto. Enraizando felicidade dentro. Transcendendo doçura e leveza fora.'
 (Poetisa Nayara Fernandes



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